VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO NESSA AVENTURA!

Acampamento no Pico dos Marins – temporada 2011

O Pico dos Marins é uma bela montanha que fica praticamente no quintal de nossa casa e sempre a encaramos como um grande desafio, até que no feriado de Páscoa, decidimos que era hora de conquistá-la. Preparamos as mochilas e os joelhos e partimos bem cedo na sexta-feira 22/04/2011 para mais uma aventura.

Seguimos pela Dutra (BR-116) até chegarmos a Lorena – SP, mais uns 30 minutos pela BR-459 e chegamos em Piquete – SP. Uma cidade pequena, mas que esconde a segunda montanha mais alta do estado de São Paulo. Seguimos pela estrada sem entrar na cidade e seguimos as placas rumo ao nosso destino.

Chegamos a um pequeno vilarejo de onde já era possível ver as primeiras imagens do Pico dos Marins e todos os seus 2.420 metros de altitude. Do vilarejo fomos em direção ao acampamento base, por uma estrada de terra em boas condições, e ao longo da subida íamos admirando aquela enorme montanha que ia ficando cada vez maior.

Enfim, por volta de 10:30 da manhã, chegamos no acampamento base que na verdade é um estacionamento e fomos muito bem recepcionados pelo Milton, a pessoa que faz o controle de acesso ao local, muito bem acompanhado pelos seus cachorros. Batemos um bom papo, recebemos algumas instruções, aprontamos as mochilas, fizemos nosso alongamento e partimos mata adentro. O inicio da trilha é bem tranquilo, pois começa em uma mata bem fechada e refrescante, mas a mordomia dura pouco, saímos da mata e pegamos uma estradinha com uma subida enorme, que levava ao verdadeiro inicio da trilha. Acabou a estrada e começou a trilha a partir dai era subida e não tinha nenhuma árvore pelo caminho.

Terminamos a primeira subida e chegamos ao Morro do Careca, onde é possível abastecer o cantil, descendo uns 50 metros na estradinha a esquerda, próximo a placa que demarca os principais pontos e distâncias da trilha. Depois do morro do careca pegamos mais um trecho de mata que acabou logo e iniciou-se uma imensa subida que nos tirou o fôlego. Ao fim dessa subida surgem as primeiras pedras que seguiria por todo o caminho a partir deste ponto, algumas estão demarcadas com setas amarelas e rosa que indicam a direção correta a seguir para chegarmos ao pico. Paramos para fazer um lanchinho e neste momento varias pessoas já estavam descendo e nos avisavam que a vista lá do topo estava perfeita.

Seguimos nossa aventura e o caminho ia se alternando, hora um capim muito alto que cortava os braços e as pernas e hora eram pedras que exigiam uma escalaminhada. A paisagem era muito bela e conforme subíamos, achávamos que ali era o topo dos Marins, mas sempre aparecia uma nova montanha pela frente. Em alguns momentos precisávamos parar por causa da dor nas pernas que começaram aparecer devido ao esforço físico, pois já estávamos caminhando durante mais de 3 horas com a mochila cargueira muito pesada.

Sabíamos que a conquista do Pico dos Marins já estava próxima porque chegamos ao imenso paredão que haviam nos falado no decorrer da trilha. Essa última parte da subida é realmente a mais difícil, ainda assim, é possível subir sem a utilização de cordas, basta ter um pouco de coragem, um bom calçado, força e equilíbrio para enfrentá-la. Terminamos a subida totalmente sem fôlego e quando já estávamos seguindo em frente, olhamos bem para os lados e vimos algumas barracas e algumas pessoas e foi só então, nos demos conta de naquela hora de fato tínhamos chegado ao topo. Jogamos as mochilas do lado e fomos curtir a merecida paisagem que estava a nossa frente.

Demoramos aproximadamente 5 horas para subir o Pico dos Marins. E assim que chegamos fomos presenteados com um lindo por do sol, onde ficamos durante horas admirando esse espetáculo . O sol se foi e de barraca montada, fomos preparar aquele belo banquete que faz parte dos prazeres de um bom acampamento. Jantamos e ficamos ali admirando as estrelas durante algum tempo e fomos dormir e ter nosso merecido descanso.

Acordamos para ver o sol nascer e para não ser diferente a natureza nos presenteou com um nascer do sol lindíssimo, um dos mais bonitos que já presenciamos, e para deixar o cenário ainda mais belo, tínhamos o Pico do Itaguaré logo à nossa frente.

Iniciamos a descida por volta das 10 horas e o sol já estava brilhando muito forte no céu. Lembra da última subida? Agora teríamos que desce-la e isso foi um grande problema. Procuramos vários caminhos até conseguirmos descer com segurança. Na descida encontramos varias pessoas ainda subindo e entre as pessoas uma família que levava sua filha de aproximadamente 10 anos de idade. Esta cena foi marcante, ver os pais estimulando o montanhismo na filha, ainda mais numa trilha de alto nível como a do Marins.

 

A descida foi bem tranquila ainda mais com 4 litros de água a menos na mochila. Paramos no caminho para fazer um lanche com vista para o Morro do Careca que estava logo a baixo e seria a próxima etapa.

Quando terminamos a descida paramos novamente para abastecer o cantil e seguir até a base. Descemos o Morro do Careca até chegarmos na estrada onde meus pés já estavam muito doloridos. Mais alguns minutos chegamos no pequeno trecho de mata fechada onde é muito mais refrescante caminhar.

A descida foi mais rápida, mas não menos dolorida. Quando chegamos ao acampamento base sentimos a sensação de missão cumprida, como Milton tinha comentado que só conquistamos o Pico dos Marins após chegarmos novamente ao ponto de partida, pois quando estivéssemos no topo ainda estaríamos somente na metade do caminho.

O acampamento estava cheio de montanhistas comentando como foi a aventura e trocando informações.

Foi um feriado perfeito, natureza, amigos novos e mais uma montanha no curriculo do ETrilhas.

“Um simples final de semana a alguns quilômetros longe de casa, faz toda diferença na segunda-feira.”

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